sexta-feira, setembro 29, 2006

Há palavras que...

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre Oneil

quarta-feira, setembro 27, 2006

5 de Setembro de 2006

Deves achar estranho, esta imagem ter perdido a cor, a alegria, enfim ter perdido vida, pois mas hoje é assim que ela deve estar: sem cor, sem animação, sem…
Esta imagem está a retratar o meu estado de espírito. Deves achar estranho ou talvez até não, o facto de eu ter perdido “a cor, a alegria, enfim ter perdido a vida.”
Isto tem uma ou melhor várias razões. Saudade, insegurança, medo… enfim não sem bem como hei-de definir o que me fez “perder a cor.”
Já te deves ter apercebido que isto está relacionado com o início das aulas.
Tenho saudades dos “meus amigos de Lijó” (não só dos da minha turma, mas sim de todos aqueles que…eram meus amigos) e, por isso estou cinzenta e tenho os meus pensamentos um pouco…não é um pouco, mas sim muito…confusos, tenho o meu espírito envolvido numa enorme nuvem cinzenta.
Porquê insegurança? Porque o ano está a começar, mas as pessoas que me irão acompanhar nesta longa caminhada, já não são as mesmas; a escola já não é a mesma; tudo é diferente…
Medo? De não conseguir. O quê? Ser feliz.
Pois… tem de ser assim. Tenho de me habituar há ideia: o tempo passou…
Cinzenta, sem alegria… isto tem de mudar.
Ora bem, hoje é o dia 5 de Setembro… faltam 7 dias para o início das aulas. Ficarei cinzenta, com os meus pensamentos confusos e envolvidos numa nuvem bem escura? Não sei, mas espero bem que não, porque se ficar cinzenta já não conseguirei mergulhar… não na água, mas sim nas palavras.
Vamos lá ver o que vai acontecer no próximo episódio. Cinzenta e confusa ou colorida e feliz? Eis a questão. É verdade! Desta vez não é: Ser ou não ser, mas sim…

Dia 22 de Agosto de 2006


“ Queria os livros do 10ºano da Escola…”. Já se devem ter apercebido que hoje fui comprar os livros. É uma coisa simples e que não tem nada de especial, contudo este ano é diferente pois a escola já não é a mesma, o ano de escolaridade já não é o mesmo, enfim… o tempo passou. É sempre a mesma coisa, quando chego a casa vou logo ver os livros. Este ano não foi excepção.
Debrucei-me sobre a secretária e, fui vendo página a página, livro a livro, até que chegou o de Língua Portuguesa, designado de “Entre Margens”. O nome e a aparência do livro não eram muito apelativos, pois mas como sabem a aparência engana. Fui folheando o livro até que mergulhei completamente no mundo do “faz de conta”,- a poesia. “Faz de conta”… é o que as palavras fazem na poesia, pois parecem que têm um significado, ou seja, “fazem de conta” que têm um significado, mas...
Acabei agora mesmo de encontrar um poema que diz tudo sobre as palavras, mas não te esqueças que na poesia, elas gostam de brincar ao “faz de conta”.

As Palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade


Conseguiram perceber o poema? Acho que o poeta tenta dizer-nos que as palavras por vezes podem magoar, daí os versos: “Algumas, um punhal, um incêndio”; outras sabem tão bem que “são como um cristal”… Não percebi foi a última estrofe…, mas já sei que na poesia as palavras gostam de “brincar ao faz de conta”.
Não gosto de escrever poemas (também acho que nunca tentei…), mas adoro mergulhar nas palavras e tentar decifrá-las. Uma por uma.

Dia 18 de Julho de 2006

Já passaram 25 dias, 600 horas, 36000 minutos, 2160000 segundos… desde o último dia de aulas. Mas será que devo dizer que passou muito tempo desde o último dia de aulas? Acho que não. Devo sim dizer que já passou muito tempo desde o último dia em que estive com todos os meus colegas. Como o tempo voa! Naquele dia, que por acaso coincidiu com o exame de matemática e com o último dia de aulas, todos se riam quando viam as fotografias dos BI dos colegas, faziam brincadeiras, trocavam dúvidas, tentavam descontrair…
Hoje, (dia 18 de Julho de 2006) não sei o que estarão a fazer. A verdade é que não faço a mínima ideia do que se passa na vida dos meus colegas. Talvez alguma das minhas amigas já tenha conhecido aquela pessoa especial, outra já tenha comprado o anel que tanto gostava, outra… Mas a verdade é que não sei nada. Sobre os rapazes da minha turma…então é que nem vale a pena falar. Para mim encontram-se “desaparecidos”.
“Da minha turma”… Deveria ter dito da minha antiga turma? É claro que não, pois aquela será sempre a minha turma. É tão engraçado relembrar as brincadeiras que fazíamos todos juntos dentro e fora da sala de aula. Acho que nós não sabíamos distinguir quando as podíamos ou não fazer. Até não sei como é que os nossos professores nos “aguentaram” durante estes anos.
Na aula de história, “a melga de serviço” era o Fábio. Falava, falava, falava… e como é óbvio não se calava.
Na aula de inglês, não havia “uma melga de serviço”, mas sim muitas (praticamente toda a turma, excepto 2 ou 3 alunos).
Não sei como, mas a verdade é que nós éramos uns autênticos diabinhos.
Pronto, chegámos à aula de Formação Cívica, e lá começavam “os sermões” porque A não tinha feito os trabalhos de casa, B tinha partido um vidro, C tinha empurrado uns alunos mais novos, X…, Y… Já devem estar a pensar que nós éramos insuportáveis. Mas não é bem assim. A nossa turma podia ter muitos defeitos e quando comparada com as outras turmas do 9ºano, ser a pior, mas tenho a certeza que os professores vão sentir e muito a nossa falta. Podíamos ter um talento especial para arranjar sarilhos, mas também sabíamos surpreender os professores pela positiva. Agora vou voltar a falar do assunto que me levou a escrever este texto. Como eu ia dizendo, já não sei o que se passa na vida dos meus colegas e, esse facto entristece-me pois antes das aulas terminarem, combinámos fazer vários encontros, mas até agora nada… e pensava eu que o 9ºB era uma excepção à regra, pois quando o 9ºano termina cada aluno segue o seu rumo e esquece tudo o que deixou, incluindo os amigos. Pensava que o 9ºB, ia continuar a ser o 9ºB, mas parece que me enganei. É desta forma, observo não um, mas o grande defeito da nossa turma…não vou dizer qual é, pois se conheceste o 9ºB já deves saber o que é.
Estou quase a terminar, só me falta dizer mais “uma coisinha”.
Estou cheia de saudades dos meus amigos (não só dos alunos do 9ºB, mas também das outras turmas), das aulas, dos professores, enfim de tudo e mais alguma coisa.